sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Estudantes que fazem História



O Auge do movimento estudantil se deu em fins da década de 60 e início dos anos 70, quando uma geração de jovens se levantaram contra o regime militar. Os estudantes foram à rua e conseguiram estremecer as bases do regime autoritário. Neste período o movimento era dotado de um aspecto revolucionário, combatente da ordem legal, desprovido das ilusões políticas. Através das mobilizações e reivindicações constantes os estudantes lutaram pela democratização do país incluindo a democratização das universidades federais. Reivindicaram que 1/3 dos conselhos universitários fossem compostos por estudantes, hoje 1/10 dos conselhos são representados por discentes, cuja participação é indispensável para defender nossos interesses. Esse espaço importante conquistado pelos estudantes só foi alcançado através do mecanismo de greve que alastrou pelo país, paralisando boa parte das universidades federais.


Os estudantes de Minas Gerais foram os protagonistas desse processo de mobilização social e de massa. “O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, em 1968 (...). Em setembro de 1980, mobiliza cerca de um milhão de estudantes, numa greve geral de três dias, exigindo a anistia (ampla, geral e irrestrita) dos exilados e presos políticos, e em 1981, 400 mil estudantes realizam greve nacional diante da recusa do então Ministério da Educação e Cultura (MEC), em atender as reivindicações propostas pelos estudantes. A consciência dos direitos individuais vem acompanhada da certeza de que esses somente se conquistam numa perspectiva social e solidária” (disponível em: http://www.cce.udesc.br/cab/oqueeomovimentoestudantil.htm). Nesse sentido se faz necessário tomarmos a consciência da necessidade de organizar, em caráter permanente e nacional, a atuação política dos jovens brasileiros, para unificarmos novamente os anseios da população, que infelizmente se perdeu quando o movimento estudantil adotou o aspecto reformista ao se unir com partidos políticos. Nós Estudantes da UFVJM em consonância com os estudantes da UFMG, UFRJ, USP e com a Associação Nacional dos Estudantes Livres estamos tentando instaurar um movimento estudantil autônomo, não filiado a partidos políticos, cujo principal objetivo é a mobilização de todos os discentes para construção de uma universidade de qualidade, um verdadeiro centro de excelência, através de intensos protestos e reivindicações.


Não podemos permitir que essa identidade estudantil construída no Brasil se perca ainda mais. O estudante tem força, é preciso, portanto, usa-lá, pois juntamente com os demais movimentos sociais temos a função de juntos lutarmos por uma sociedade justa. Os estudantes escreveram parte da história do Brasil e se faz hora de voltarmos a escrever.



Comissão de movimentação estudantil

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